A Ciência da Mentoria: O Que a Psicologia Diz Sobre o Desenvolvimento de Pessoas
- Gabriela Revoredo
- Apr 2
- 3 min read

Muitos mentores atuam de forma intuitiva. E, para falar a verdade, a experiência e a intuição realmente têm um papel importante na forma como guiamos e ajudamos outras pessoas a crescer. Mas quando entendemos a ciência por trás da aprendizagem e do desenvolvimento humano, conseguimos estruturar mentorias muito mais eficazes, que realmente aceleram a evolução dos mentorados.
Se você quer elevar sua mentoria a outro nível, vale a pena conhecer o que a psicologia já descobriu sobre aprendizado, escuta ativa e modelos estratégicos de desenvolvimento.
Como o Cérebro Aprende e Processa Novas Informações
Antes de mais nada, é importante entender que o cérebro não aprende de maneira linear e simples. Existem algumas regras básicas que influenciam como adquirimos e aplicamos conhecimento:
1. O Ciclo de Aprendizado de Kolb
David Kolb, psicólogo e pesquisador da educação, propôs um modelo chamado Ciclo de Aprendizagem Experiencial, que sugere que aprendemos de forma mais eficaz quando passamos por quatro etapas:
Experiência concreta: O mentorado precisa vivenciar algo novo.
Observação reflexiva: Ele analisa o que aconteceu e como se sentiu.
Conceitualização abstrata: Aqui, ele transforma a experiência em um aprendizado concreto.
Experimentação ativa: Por fim, ele aplica esse aprendizado em uma nova situação.
Se você conduz mentorias, pode estruturar seus encontros levando isso em conta. Por exemplo, em vez de apenas passar conhecimento, tente criar situações práticas para que seu mentorado viva a experiência, reflita sobre ela e consiga aplicá-la.
2. A Curva do Esquecimento e a Repetição Espaçada
Outro ponto fundamental é que nosso cérebro esquece informações rapidamente se não as revisitamos. Hermann Ebbinghaus, um dos primeiros psicólogos a estudar a memória, descobriu que esquecemos cerca de 50% do que aprendemos em um dia se não reforçamos esse conhecimento. https://provafacilnaweb.com.br/blog/curva-do-esquecimento/
A solução? Repetição espaçada. Ao revisar conceitos em intervalos estratégicos, ajudamos o cérebro a consolidar informações na memória de longo prazo. Como mentor, você pode incentivar seu mentorado a reforçar aprendizados através de revisões, exercícios práticos ou até pequenos desafios entre uma sessão e outra.
A Importância da Escuta Ativa e do Feedback para o Crescimento do Mentorado
Muitas vezes, a verdadeira transformação na mentoria acontece quando o mentorado sente que foi realmente ouvido e compreendido. Isso nos leva a dois pilares fundamentais:
1. Escuta Ativa: A Chave para Construir Confiança
Escutar ativamente é mais do que simplesmente ouvir. Significa estar presente, demonstrar interesse genuíno e validar as emoções e desafios do mentorado. Alguns princípios essenciais:
Parafraseie o que ele diz para garantir que entendeu corretamente.
Faça perguntas abertas para incentivá-lo a refletir mais profundamente.
Demonstre empatia e evite interromper.
Pesquisas indicam que quando as pessoas sentem que foram ouvidas, o nível de confiança e conexão aumenta significativamente, tornando o aprendizado mais efetivo.
2. O Poder do Feedback Construtivo
Dar feedback é uma arte. Se for vago ou genérico, não gera impacto. Se for muito crítico, pode desmotivar. O ideal é seguir um modelo estruturado, como o Feedback Sanduíche:
Comece com um ponto positivo (algo que o mentorado fez bem).
Dê um ponto de melhoria específico (sem julgamentos, apenas fatos).
Feche com um incentivo ou sugestão de ação (mostre que ele tem capacidade de melhorar).
Modelos Psicológicos Que Ajudam a Guiar Mentorias Mais Estratégicas
Além dos princípios de aprendizagem e da importância da comunicação eficaz, existem alguns modelos psicológicos que podem transformar sua abordagem como mentor.
1. Teoria da Autodeterminação
Segundo os psicólogos Edward Deci e Richard Ryan, as pessoas se desenvolvem melhor quando três necessidades são atendidas:
Autonomia: O mentorado precisa sentir que tem poder sobre suas escolhas.
Competência: Ele precisa perceber que está evoluindo e se tornando melhor.
Relacionamento: Deve haver uma conexão real com o mentor e a comunidade.
Se sua mentoria for apenas baseada em regras rígidas e tarefas passadas sem envolvimento emocional, o engajamento pode cair. Por isso, crie espaço para que o mentorado tome decisões, celebre pequenas conquistas e fortaleça o vínculo humano na relação.
2. O Modelo GROW para Estruturar Sessões
Criado por John Whitmore, o modelo GROW ajuda a dar direção e clareza às mentorias. Ele segue quatro etapas:
G (Goal - Meta): Qual o objetivo do mentorado?
R (Reality - Realidade): Onde ele está agora?
O (Options - Opções): Quais caminhos ele pode seguir?
W (Will - Vontade): Qual ação ele vai tomar agora?
Usar esse modelo ajuda a evitar conversas dispersas e garante que cada sessão tenha um propósito claro.
Mentorias Mais Eficazes Apoiadas na Ciência
A mentoria não é só sobre compartilhar experiências – é sobre criar um ambiente onde o aprendizado realmente acontece de forma estruturada e eficiente. Quando combinamos conhecimento científico com habilidades interpessoais, conseguimos potencializar a transformação dos mentorados.
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